Possuída dentro do ônibus (Relato)

domingo, 29 de julho de 2012.
 Por: Vanielle 



Era feriado de sexta- feira santa. No dia 14 de abril de 2006. Tinha 12 anos de idade. Aguardava ansiosa pela chegada da minha tia para que ela pudesse nos levar (eu e minhas 2 irmãs) para passar a páscoa em sua casa.  Ela morava em Itaquera - zona leste de São Paulo - e nós em Guarulhos. Fomos de ônibus até a estação e de lá era necessário outro ônibus para chegar lá. Por enquanto, estava tudo tranquilo. Nós (como toda criança pobre comum que anda de transporte público kk) sentamos uma em cada banco, separadas de nossa tia, para parecer mais livres e maduras.

Minha tia e minhas irmãs sentavam na mesma fileira, eu sentava do lado oposto. Logo atrás de mim sentava uma mulher grávida, aparentava ter não mais que 25 anos. Vestida com uma calça legging cinza e uma blusa preta. Ela começou a fazer uns gemidos estranhos, de início eu e os outros passageiros pensamos que como ela estava grávida poderia estar entrando em trabalho de parto. Mas percebi que não. Ela falava com uma voz grossa, masculina e fazia urros estranhos.

Logo se aproximaram outras duas mulheres para segurá- la, pois ela queira saltar da janela! Ela falava uma língua estranha parecia latim. Os outros passageiros (que eram no máximo 10) ficaram apavorados com tudo aquilo. Eis que ela proclamou em voz alta, depois de um silêncio de segundos: - Eu vou levar 17 pessoas hoje. Logo após ela pronunciar isto o motorista do ônibus deu uma rápida olhadela para trás e perguntou: -O que tá acontecendo ai? Nesse momento ele quase perdeu a direção do veículo, e o mesmo quase foi em direção a um trecho de um rio que havia no caminho. Por sorte, ele conseguiu recuperar o controle e tudo ficou bem.

A "encapetada" desmaiou depois disso, e foi desse modo até a estação final. Todos desceram com olhar pasmo. Era algo que não estava acostumada a vivenciar cotidianamente. A minha tia, com uma cara de tremendo susto abraçou todas nós na saída. E eu reparei que numa das orelhas dela faltava o outro brinco ( que era de uma cruz) e perguntei onde estava o brinco. Ela disse com um sorriso meio irônico: - Antes que algo invadisse o corpo da mulher, senti um vento leve passar e notei, ao passar a mão em minha orelha, que estava sem o brinco. Fim.




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