Em um hospital antigo, um senhor muito arrogante estava internado. Ele era muito impaciente e orgulhoso, odiava que as enfermeiras mais velhas cuidassem dele e por sua vez, preferia as mais jovens e bonitas. Certa vez, o senhor arrogante conversava com um amigo durante a noite na varanda da sua ala, e este lhe perguntou qual era o plantão das enfermeiras mais jovens. Seu amigo lhe respondeu que ouviu boatos, de que de madrugada, uma linda jovem - a mais linda de todo hospital- fazia o plantão da noite. E que ele sempre quis vê-la, mas nunca havia visto, pois sempre se encontrava dormindo.
Então o senhor arrogante, convencido de que queria ver a tal moça, voltou ao seu dormitório e esperou pacientemente pela madrugada. Passaram-se muitas horas e o senhor já se encontrava exausto e com muito sono, então acabou adormecendo.
Foi despertado por mãos delicadas e suaves. Acordou resmungando, mas quando abriu seus olhos percebeu a presença de um ser divino. Uma linda enfermeira estava parada ao lado da sua cama. Ela trajava um uniforme muito antiquado - comparado aos uniformes das outras enfermeiras que trabalhavam no hospital - mas ainda assim, continuava bela. Ele a fitou por muitos segundos, estonteante com sua beleza e a acompanhou com os olhos até a hora em que ela saiu do quarto. Ficou tão feliz, que mal conseguiu voltar a dormir.
Passado alguns minutos, entrou uma enfermeira de meia idade no seu quarto, segurando uma bandeja de remédios nas mãos. Estranhando, o velho perguntou o que ela fazia ali, e esta respondeu que fazia ali, o que fazia todas as noites: vinha trazer seus remédios. O senhor assustado, respondeu que uma linda enfermeira já havia feito o trabalho e que ela acabara de sair do seu quarto; a enfermeira surpresa, respondeu que não havia nenhuma outra enfermeira ali no hospital além dela, que era a única que ficava no hospital até de madrugada. O senhor insistiu que uma linda enfermeira passara pelo seu quarto e descreveu ela com todos os detalhes possíveis. Porém, a enfermeira de meia idade insistiu que apenas ela permanecia no hospital naquele horário, e arregalando os olhos, disse ao senhor que ela trabalhava naquele hospital há muito tempo e que nos últimos anos nunca vira nenhuma enfermeira por lá com aquela descrição.
O senhor começou a se desesperar e feito louco, saiu andando pelo hospital a fim de procurar pela estranha moça. Procurou pelo hospital todo, mas não a encontrou em nenhuma parte. Porém, quando estava retornando para o seu quarto, deu de cara com a enfermeira, carregando sua bandeja de medicamentos e vindo em sua direção; esta parou na sua frente durante alguns instantes, sorriu, e em seguida, continuou andando. O senhor virou-se para trás imediatamente, a fim de segui-la, mas traumatizado, percebeu que não havia nada, além do corredor vazio.
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